Começaram por habitar o planeta há mais de 50 milhões de anos. Fizeram parte dos banquetes de Faraós e os romanos acreditavam que eram fruto do poder dos trovões de Zeus. Também em África, os bosquímanos do deserto do Kalahari procuraram-nas de geração em geração. E não pense que não sabe quem são os bosquímanos do Kalahari, porque sabe. Ou não viu essa relíquia chamada “Os Deuses devem estar loucos!”? Quanto às trufas, os deuses não deviam estar bons da cabeça: o preço por
quilograma da variedade branca italiana (Alba, Piemonte) só perde para o melhor caviar
– poderá encomendar online a 6.800€/kg ; são precisos cães (ou em casos muito especiais porcos) para as encontrar por baixo da terra; quem faz este trabalho guarda em segredo os melhores locais para o passeio dos animais; e como se isto não bastasse, algumas destas trufas controlam nos dias de hoje certas zonas de Amesterdão (as trufas substituíram os cogumelos nas smartshop holandesas). Por sua vez, as trufas pretas fazem parte tanto da gastronomia aborígene da Austrália como da mesa em Périgord, em França. Por cá, descobrimos também a versão das túberas do Alentejo ou trufas alentejanas. Uma versão menos intensa mas bem mais acessível.